quinta-feira, 4 de setembro de 2008

População gasta mais com a saúde do que o governo

Estudo do IBGE aponta que um em cada cinco brasileiros tem plano de saúde particular no país.

Um em cada cinco brasileiros tem plano de saúde. São 34 milhões de usuários que gastaram R$ 103,2 bilhões com saúde em 2005, enquanto o governo arcou com apenas R$ 66,6 bilhões e as instituições sem fins lucrativos com R$ 1,8 bilhão das despesas. O total dos gastos com bens e serviços de saúde somaram R$ 171,6 bilhões, o que corresponde a 8% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens produzidos no país. Os números constam no estudo Economia da saúde: uma perspectiva entre 2001 e 2005 divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As principais despesas das famílias com saúde se concentram nas consultas médicas, exames, internações e medicamentos.

O IBGE coletou dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sobre a cobertura dos planos de saúde no país. Em 2005, 18,5% da população brasileira tinha assistência à saúde privada, sendo a maior cobertura em São Paulo, onde 35,7% das pessoas possuem vínculo com uma operadora ou seguradora de saúde. Pernambuco tem a maior cobertura do Nordeste, com 12,3% da população assistida pelos planos. A menor taxa de participação de 4% do mercado de saúde privada fica com o Piauí.
A Associação Brasileira das Empresas de Medicina de Grupo (Abramge), cujas empresas têm a maior fatia do mercado, considera os números desatualizados e estima em 40 milhões o número de beneficiários. Arlindo de Almeida, presidente da Abramge, diz que existem os usuários dos institutos municipais de Previdência e dos convênios com os órgãos públicos que estão fora das estatísticas da ANS.
"Há quinze anos 30% da população de 120 milhões tinham plano de saúde", destaca. Almeida atribui o aumento da taxa de cobertura ao segmento de planos odontológicos, cujos beneficiários pularam de 2 milhões para 10 milhões nos últimos quatro anos. Um aumento de 400%. Para o dirigente da Abramge ainda existe espaço para o crescimento do mercado da saúde privada no país, principalmente com a inclusão da classe C.

Aline Almeida Vieira tinha um plano empresarial, mas pediu demissão da empresa onde trabalhava há um ano e dois meses como assistente de atendente bilingüe. Ela só pode ficar no contrato até o final do mês. "Estou procurando um novo plano porque pelo que a gente conhece da saúde pública não cogito depender do SUS", comenta. Aline diz que pode reservar entre R$ 70 e R$ 80 da renda mensal para as despesas com a saúde. "Como não vou muito ao médico, um convênio que tenha cobertura de urgência e rede mínima é suficiente", pondera.

Acessado em: http://www.diariodepernambuco.com.br/2008/09/04/economia6_0.asp em 04/09/08.

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